segunda-feira, outubro 8

"Eu sou a voz"

Este post vai para Thaisy e para Giovana, duas queridas a quem tenho que agradecer.
A Thaisy agradeço pelo presentinho! Ganhei um CD "Celtic Woman", que ela me mandou do Rio de Janeiro. Um CD lindo, estou ouvindo agora. Eu já conhecia, mas não tinha. Agora tenho.
Obrigada, Thaisy! É tão gostoso ganhar presentinhos! Especialmente quando não estamos esperando!

A Giovana agradeço pelas perguntas. Ainda não consegui responder tudo, mas assim que possível, te mando o e-mail com as respostas. Você fez ótimas perguntas! Por isso, vou aproveitar uma delas para colocar aqui no og.

"Lucca, você é diferente das cantoras da sua geração. E também é diferente das cantoras de antes, que parece que todas querem imitar. Em que você se inspira? Você tem um ídolo?"

Que bom que você me acha diferente. Acho que sou diferente das cantoras brasileiras, e sou uma delas. Quando me comparam a alguma cantora, nunca é com uma brasileira. Já me compararam com Enya, Tori Amos, Teresa Salgueiro, Laurie Ann-Haus, com cantoras irlandesas, e com outras que não lembro agora. Para mim é sempre um elogio ser relacionada a tantas excelentes cantoras que eu admiro. Ouço ou já ouvi quase todas as cantoras com quem me comparam, e talvez elas me inspirem, e talvez por isso eu soe como elas. Mas não tenho uma referência. Procuro ser o que sou, sem imitar ninguém. Acho que não tenho nenhum ídolo... Admiro muitos artistas, de tempos em tempos algum me fascina mais do que outro...

Voltando às cantoras brasileiras... sem tirar o mérito de ninguém, acho que a única cantora brasileira que eu realmente gosto desde criança é a Rita Lee. Comprava os discos, era fã. Depois dela, não houve nenhuma que eu gostasse tanto.
Mas sei da importância de muitas cantoras na música brasileira. E, sem fazer referência a nenhuma em específico, posso dizer que acho que existem mais ou menos dois "tipos" de cantoras: aquelas que cantam agudo, e as que cantam grave. Acaba aí. Isso falando em MPB... Fora da MPB tradicional, ainda há algumas fazendo experimentos em arranjos eletrônicos, ou ainda as cantoras de pop-rock.
Elas me parecem estar apenas refazendo o que já foi feito. Não consigo ver nada além de repetição, não consigo entender o que elas pretendem deixar, o que elas estão tentando dizer à sua própria geração. Ter uma voz bonita e cantar bem não é tudo artisticamente. Você precisa estar dizendo alguma coisa, e não digo 'politicamente'. Deve haver criação, poesia, personalidade. E qualidade musical. Não é uma crítica. É apenas uma opinião. Porque, quando me perguntam sobre isso, e penso sobre isso, sobre soar diferente, sobre não querer regravar Tom Jobim (que eu amo) porque não sou carioca, não sou fã de bossa-nova e o que ele disse já foi dito (e pode ser ouvido sempre, pra sempre), reflito sobre o que estou fazendo.
Não tento fugir da MPB, do pop rock, nem de estilo algum. Não tento ser diferente. Tento apenas dizer alguma coisa que seja verdade pra mim. Tento criar com o que sinto e com a ligação que tenho com a música, que é a coisa mais forte da minha vida. E o que me inspira, é a própria música, e qualquer sensação que me faça sentar ao piano e tocar.


É isso, Giovana.
Adorei a pergunta.

Lucca Kosta


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luccakosta@luccakosta.com

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