quarta-feira, fevereiro 28

Bolo, peixe e pizza


Segunda feira, estive na casa do meu vizinho Julian, que fez aniversário. Comendo um bolo delicioso, falávamos sobre a vida, e sobre como somos insistentes. Eu dizia a ele que desisto das coisas facilmente, aí ele me mostrava que, na verdade, eu só desisto daquilo que não tem a menor importância. Aí eu disse que desisto das pessoas muito facilmente e ele me mostrava que as pessoas são as pessoas, que eu sou uma pessoa, e isso é uma grande bobagem.
Aí eu disse que éramos dois peixes nadando contra a correnteza, e então, ele me disse:
"Peixe que segue a correnteza é peixe morto".
Gostei da frase.
Ontem, conheci mais uma pessoa bacana. Quer dizer, eu já conhecia, mas não conhecia bem. Estou falando da advogada que esteve comigo resolvendo aquele perrengue de outro dia... Uma querida. Ela me deixou calma, consegui falar o que tinha que falar, e deu tudo certo. Depois, saímos comer pizza, eu, Xande, ela, Angel, mamma... preciso fazer isso mais vezes. A pizza, não o negócio de resolver perrengues (hehehe)!
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domingo, fevereiro 25

Tédio versus Caos

Hoje às 4:30 da manhã, aproveitando o silêncio da madrugada dominical, refleti sobre a minha vida sob o aspecto do tédio versus caos.

Não fui justa quando reclamei de tédio. Se há tédio em minha vida, ele é tão fugaz quanto uma garoa, que eu mal noto começar e terminar.


Minha vida é muito inconstante. É cheia de surpresas. Não vou dizer que é imprevisível, porque a vida de todo mundo é imprevisível. Mas posso dizer que minha vida é bem caótica. No bom sentido, até. Sim, existe um bom sentido para o caos. O caos ajuda a mente a criar. Além disso, tentando organizar a vida dentro do caos, a gente descobre talentos que não sabia ter. Não deixa de ser bom a gente não conseguir prever nada. É claro que, se a gente pudesse ter uma rotina, e exercer uma disciplina constante, muita coisa seria confortável. Mas acho que nunca fui uma pessoa de ficar na “zona de conforto”. Acho que, no fundo, sempre corri atrás do caos. E, quando tentei mudar de rumo, o caos veio atrás de mim.


O único problema em se trabalhar no caos é se você deixa o caos te distrair. Porque você não pode deixar isso acontecer. Você precisa manter o foco, e isso é muito difícil. E manter o foco depende de um pouco de concentração e muita serenidade. Serenidade, como você sabe (ou como talvez não faça idéia), é a coisa mais difícil de se ter.


Ver sua rotina mudar o tempo todo, ter a disposição de um leão em uma semana, e, na outra, sentir-se como alguém tão cansado como se tivesse meio século de idade a mais, ter na insônia um mal perene e desgastante, e, de repente, ver nela uma grande aliada na produtividade e no auto-conhecimento... tudo isso é o lado vibrante do caos.


Confesso: praticamente toda vez que me queixei de tédio, estava apenas irritada com alguém ou com alguma coisa. Estava em expectativa, e frustrada. Expectativas podem ser uma coisa bem negativa. Você perde tempo, sente o “tédio” que, na verdade, é uma frustração por estar ali esperando por algo que tem pouca importância.


Aquele tédio real, o marasmo, os dias sempre iguais, isso é uma coisa que eu não conheço. Ainda que eu viva aqui, na capital fria e úmida, bucólica e sem sal, chamada Curitiba. Um fim de mundo verde e tedioso, que mente descaradamente com sua maquiagem de capital brasileira ‘do primeiro mundo’.


Ainda que eu sinta cheiro de chocolate vindo da cozinha todos os dias, e tenha um gato que vira os olhos psicodelicamente quando ouve “You Keep on Movin’”, na voz de David Coverdale, em seus tempos de Deep Purple.


Ainda que meu telefone toque até hoje, com pessoas pedindo favores absurdos, dinheiro emprestado, pouso, carona, como se eu fosse rica, desocupada, médica, advogada, motorista ou mesmo um catálogo de serviços ambulante. Ainda que minhas primas e tias fiquem meses sem falar comigo porque eu não apresentei uma desculpa decente para faltar à mais recente festa de família.


Ainda que eu tenha trocado meus remédios tarja-preta por noites em claro interessantes e um pouco de depressão cíclica, só pra dar um tempero. Ainda que eu seja tão cautelosa onde poderia arriscar mais e tão inconseqüente com aquilo que deveria preservar com cuidado.


Ainda sim, minha vida não é um tédio. Tem seus dias nublados, e como tem. Mas é o caos. Não há como negar.






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quinta-feira, fevereiro 22

Depois da Tempestade

Finalmente acabou essa história de Carnaval, que não tem graça nenhuma.

Estive fora por uns dias. Não contei a vocês antes porque fui de repente. Sem planejar. Quase sempre minhas viagens são assim, sem grandes planos. Meditei e descansei, comi muito peixe, li um livro todo e assisti ao Big Brother Brasil só para constatar que, como sempre, as curitibanas são mesmo as mais ‘blasés’ (em ambos os sentidos).

Sim, me incluo. Deixem pra lá. Isso daria uma tese bem mala.

Quando voltei, Bonito me estranhou um pouco, mas depois voltou a ser carinhoso. Aliás, vocês precisavam ver meu gato com medo da minha bolsa de leopardo. Com medo mesmo. Pânico, eu diria.

Estava com saudades da minha música. Segui um conselho da mamma, e voltei para o ático. É um lugar especial da minha casa, onde eu costumava tocar, cantar, compor... Não lembro exatamente porquê saí de lá e resolvi me apertar nessa sala. Acho que foi porque o isolamento acústico daqui é melhor. Mas, na real, não me importo muito se os vizinhos vão me ouvir tocar e cantar. Eles fazem tanto barulho...

Enfim, estou de volta ao meu ático. Tocando de frente para uma vista linda. Levei todo o equipamento para lá ontem. E meu trabalho já foi muito mais produtivo. Estar longe do computador nessas horas diminui a ansiedade.

That’s all, dudes.

Em breve, novidades.


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quarta-feira, fevereiro 14

Amigdalite Aguda

Ontem acordei sem voz.
Hoje, de novo.

Que bizarro... Minhas amídalas estão inflamadas. Vixe!


Ensaio sem cantar, só toco. Aproveito para prestar atenção à minha 'técnica', que precisa melhorar muito ^^


Enjoy the silence! Partial silence!


Se não consigo falar, talvez por isso esteja pouco inspirada a escrever... =P
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segunda-feira, fevereiro 12

Guilherme Arantes e ColdPlay

Hello again.

[Ainda sem computador, postando da Lan House.
Lugar engraçado este. Cheio de garotos jogando jogos virtuais. Cada um na sua máquina, mas jogando o mesmo jogo, nos mesmos “times de futebol”. Sentados, mexendo apenas as mãos e os olhos. Imagino a explicação de esta nova geração estar tão acima do peso e tão cada vez menos sociável.]

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A Revista Bizz deste mês tem o Coldplay na capa. Em um dos quadros da matéria há um depoimento de Guilherme Arantes. Você provavelmente não conhece o Guilherme Arantes, não é do seu tempo. Mas ele foi um músico importante nos anos 80. Entre as grandes tranqueiras produzidas naquela época, havia algumas poucas coisas boas. O Guilherme Arantes fez muito sucesso, e, apesar de eu não gostar muito de coisas “românticas”, e de pessoas que tocam Beatles e Beatles e Beatles em seus shows, acho que o trabalho dele era muito bom, e mereceu todo o sucesso que fez.

Mas a razão de eu estar falando sobre isto é porque o que o Guilherme Arantes disse à Revista Bizz tem muito a ver com a minha música.

Vejam só:

“Gosto muito do ColdPlay. Já chorei enquanto escutava. É uma banda que possui uma melancolia forte, que tem a ver comigo. Eles têm uma angústia que faz falta no Brasil. E reincorporaram o piano ao pop, um instrumento que andava meio esquecido. (...)
Está faltando no Brasil uma música assim, que busque a harmonia. Aqui tudo é mais alegre, mas nem tudo é só alegria na vida. Existem momentos de reflexão, de angústia. (...)”


Acho que vou mandar um CD meu pro Guilherme Arantes. Ele vai ver que existe alguém tentando remar contra a corrente, sozinha, num mar imenso de Ivetes sem galho.

Agora preciso ir. Ou melhor, voltar. Ao trabalho. À música.

Beijos again!




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sexta-feira, fevereiro 9

Da Lan House

Hello, everybody.

Devo desculpas aos leitores deste singelo OG por abandoná-los nos últimos dias. Meu computador está com problemas e fica difícil escrever em um computador que não seja o meu. Preciso de inspiração e concentração, e não é muito fácil com pessoas estranhas em volta, ou em um ambiente que não seja esta minha salinha de estudos. Daqui a alguns dias o problema estará resolvido, e prometo voltar a postar aqui todos os dias. Hoje, sucumbi e resolvi escrever de um computador estranho mesmo, para que vocês não pensem que não me importo com aqueles que vêm aqui todos os dias ver se escrevi mais alguma das minhas bobagens, ou até, quem sabe, alguma coisa interessante. ^^


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Ontem fiz algo de produtivo com a minha insônia: trabalhei servindo drinks, lavando louça, recolhendo garrafas e varrendo o chão em um lugar novo, chamado Soho Underground. Encontrei amigos por lá, curtindo uma balada, e conheci gente muito bacana trabalhando ali durante a noite. Gostei de todas as pessoas, sem exceção. Cheguei às dezenove horas e votei pra casa um pouco depois das cinco da manhã.



Meu amigo Júnior, o “DJ Curinga”, que estava lá com sua namorada, a minha amiga linda e também DJ, Chris B., me perguntou: “Como é estar trabalhando na balada ao invés de ser a freqüentadora?”


Respondi que é mais legal.

E é mesmo. ^^


Não sou baladeira, sou uma pessoa muito “concha”, e, trabalhando ali, eu circulava o tempo todo, falava com todo mundo, e nunca ficava parada.

Normalmente, eu ficaria a noite toda em um canto, conversando com uma única pessoa, ou até mesmo com nenhuma, olhando apenas para um palco ou para um DJ, bebendo uma única dose de algum drink açucarado até a hora e começar a bocejar e decidir ir embora antes que uma fila começasse a se formar no caixa.


Eu achava que balada era uma coisa muito sem graça. Beber e ser mala, passar mal e acordar de ressaca... ou então, ver outras pessoas bebendo e ser igualmente mala, ficando de fora da diversão e cansado no dia seguinte do mesmo jeito. Ontem a balada foi perfeita: não bebi, fui das primeiras a chegar e das últimas a sair, não bocejei, não achei que estava ali perdendo tempo e que podia estar em outro lugar, inclusive em casa, com minha TV, meu MSN, meu piano e meu gato.
Todo mundo conversou comigo (até porque todo mundo aproveitou os drinks grátis da festa de pré-inauguração, que eu distribuí em uma bandeja ^^), e, de repente, descobri que pessoas que bebem um pouco mais do que deviam não são necessariamente desagradáveis. Elas estavam ali, se divertindo, gastando seu dinheiro honestamente, e sendo normais.


Da próxima vez eu conto mais. Vou trabalhar lá outra vez no fim de semana. E vou tocando minhas músicas em casa, preparando os novos shows, que serão ainda melhores do que os do ano passado. Promessa!



Beijos a todos!



Lucca Kosta




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sábado, fevereiro 3

Vídeo, fotos e shows

Hello!

Atendendo a pedidos... Aqui está a estrevista que dei para o programa "Enfoque", em um vídeo com qualidade. Já coloquei nos links aí ao lado também.



Está um pouco editado, porque o YouTube só aceita vídeos com até 10 minutos. Por isso, cortei os "han", "hun", e as pausas, um pouco das duas músicas, e também cortei o início, onde a Mariana Gotardo resumia minha biografia. Afinal, são informações que vocês acham no meu site, e não tem razão de deixar ali, ocupando tempo. Tudo o que ela perguntou e tudo o que eu respondi está aí.


Outra coisa...

Estou colocando umas fotos novas nas galerias do meu website. Estou colocando aos poucos porque dá um trabalho... ^^ Mas são fotos bem legais.

Por enquanto é isso, mas aguardem, pois logo terei novidades.

E os showzinhos já estão sendo agendados. Por enquanto, ainda, apenas em Curitiba. Mas não desisti de marcar shows em outras cidades, porque muita gente que me dá a maior força (inclusive lendo este humilde OG) mora em outras cidades. Quero muito ver essas pessoas, conhecê-las e cantar/tocar para vocês.

Beijos e bom domingo, folks.




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sexta-feira, fevereiro 2

Desfrutando o Silêncio

"Enjoy the Silence" é uma canção bem conhecida do Depeche Mode que já foi gravada por muita gente. Para mim, ela tem um significado particular. Vejam a letra traduzida:

"Palavras são como violência, elas quebram o silêncio, chegam arrebentando tudo no meu mundinho. Dolorosas pra mim, rasgam através de mim. Você não entende, minha garotinha, que tudo que eu já quis, tudo o que já precisei está aqui em meus braços? Palavras são muito desnecessárias, elas só podem machucar.
Juramentos são falados para serem quebrados. Sentimentos são intensos, palavras são triviais. Prazeres ficam, assim como a dor. Palavras não significam nada e são esquecíveis."

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Houve um tempo em que eu pensava em tanta coisa, que não conseguia ouvir meu próprio subconsciente. Era como se mil vozes falando alto e ao mesmo tempo soassem em mim, dentro da minha cabeça, o tempo todo. Os pensamentos causavam tanto alvoroço, que eu não sabia mais quem eu era e o que queria. Cheguei a escrever em um papel "O QUE EU QUERO?", e olhava para a frase todos os dias, tentando não pensar, mas buscar um silêncio, um momento de simples meditação, para que a minha própria voz interior pudesse ser ouvida por mim.

Quando finalmente consegui acalmar meus pensamentos e encontrar um silêncio, meus desejos mais profundos começaram a se manifestar, e eu comecei a descobrir quem era, e o que vim fazer aqui. Ainda estou descobrindo essas coisas, e, muitas vezes, preciso acalmar novamente meus pensamentos barulhentos e voltar ao silêncio para saber quem sou e o que quero. Mas quem não sofre de alguma ansiedade no século XXI que atire a primeira pedra.

Enquanto isso, desfruto o silêncio.

;-)


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quinta-feira, fevereiro 1

A Vingança no Semáforo

Meu day off foi uma beleza. Fiz tudo o que prometi ontem, e ainda dei sardinha para o gato agora há pouco, por ele ter se comportado tão bem na minha ausência . ^^


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Hoje aconteceu uma coisa inusitada. Sabem aqueles moleques (às vezes são marmanjos mesmo) que ficam no semáforo vendendo balas? Não é irritante quando eles colocam um pacote de balas no seu espelho retrovisor e saem andando e fazendo a mesma coisa com todos os carros da pista, e depois, quando o semáforo abre, você não pode ir embora porque ele tem que voltar tirando os pacotes de bala de cada um dos 25 carros onde ele colocou, e, talvez um deles tenha resolvido pagar um real pelas balas, e aí o moleque vai se enrolar tanto para chegar ao seu carro que você pensa que o semáforo vai fechar outra vez?



[Note-se: longe de mim criticar uma condição social que não se escolhe. Ser pobre e tentar ganhar a vida vendendo balas não tem nada de errado. O problema, é claro, é bem maior do que esse. Pena que isso esteja tão banalizado, que já virou uma instituição. Somos obrigados a ver o moleque deixando balas no nosso retrovisor, temos que pagar para deixar o carro na rua, e dar esmolas contra nossa vontade, porque isso já virou um costume tão forte que não existe mais livre-arbítreo. E muitas crianças estão crescendo nesses semáforos, achando que nasceram para pedir esmolas, e que quem dá esmolas nasceu para lhes dar esmola, e não há nada melhor que elas possam fazer com suas vidas. É uma pena mesmo.]


Voltando ao episódio... Eu, como muitas pessoas que se sentem assaltadas por pessoas que pedem esmolas, que insistem que você deve pagar para que elas fiquem olhando para o seu carro (entre outras formas de manipulação da sua emoção, em busca de uns trocados), sempre fantasiei com o dia em que não teria dó e arrancaria o carro com o pacote de balas pendurado no retrovisor, só para fazer um desses moleques saber que não pode ser tão abusado. Mas é claro que eu não faria isso de propósito. Prefiro ficar irritada com a atitude deles, que não posso mudar, e depois de dois minutos, esquecer o assunto.


Até que hoje, no carro, conversando com a mamma, falando sobre milhares de coisas, parei no semáforo e, distraída com a conversa, nem sequer reparei que um moleque colocou um pacote de balas no meu retrovisor. Quando o semáforo abriu, saí com o carro, e continuei meu trajeto. Nem sei em qual semáforo colocaram as balas lá. Mas, quando virei, em uma esquina, percebi as balas penduradas, e falei: "Mãe! Olha só o que tem ali!" Ela olhou, e, também se dando conta de que nem viu as balas serem colocadas lá, caiu na gargalhada. Ela disse: "Vamos voltar e encontrar o dono das balas." Respondi: "Sim, claro, mamma! Melhor ainda, vamos comprar o lote inteiro de balas dele."


Quando dei por mim, havia me vingado sem me dar conta. Esse tipo de vingança é muito divertido. Porque foi sem querer. Eu não podia voltar, pois não saberia para onde. Além disso, é claro que eu não ia voltar. Tenho mais o que fazer. Só voltaria se fosse para ele me pedir desculpas por esquecer suas balas horrorosas no meu retrovisor.


Esse foi meu pequeno acontecimento inusitado de hoje. Estou devendo um real para algum vendedor de balas de Curitiba. E ele me deve desculpas por não ter tirado as balas de lá. Então, estamos quites. Só que, dessa vez, quem ficou irritado foi ele.


:p







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