quarta-feira, fevereiro 28
Bolo, peixe e pizza
domingo, fevereiro 25
Tédio versus Caos
Hoje às 4:30 da manhã, aproveitando o silêncio da madrugada dominical, refleti sobre a minha vida sob o aspecto do tédio versus caos.
Não fui justa quando reclamei de tédio. Se há tédio em minha vida, ele é tão fugaz quanto uma garoa, que eu mal noto começar e terminar.
Minha vida é muito inconstante. É cheia de surpresas. Não vou dizer que é imprevisível, porque a vida de todo mundo é imprevisível. Mas posso dizer que minha vida é bem caótica. No bom sentido, até. Sim, existe um bom sentido para o caos. O caos ajuda a mente a criar. Além disso, tentando organizar a vida dentro do caos, a gente descobre talentos que não sabia ter. Não deixa de ser bom a gente não conseguir prever nada. É claro que, se a gente pudesse ter uma rotina, e exercer uma disciplina constante, muita coisa seria confortável. Mas acho que nunca fui uma pessoa de ficar na “zona de conforto”. Acho que, no fundo, sempre corri atrás do caos. E, quando tentei mudar de rumo, o caos veio atrás de mim.
O único problema em se trabalhar no caos é se você deixa o caos te distrair. Porque você não pode deixar isso acontecer. Você precisa manter o foco, e isso é muito difícil. E manter o foco depende de um pouco de concentração e muita serenidade. Serenidade, como você sabe (ou como talvez não faça idéia), é a coisa mais difícil de se ter.
Ver sua rotina mudar o tempo todo, ter a disposição de um leão em uma semana, e, na outra, sentir-se como alguém tão cansado como se tivesse meio século de idade a mais, ter na insônia um mal perene e desgastante, e, de repente, ver nela uma grande aliada na produtividade e no auto-conhecimento... tudo isso é o lado vibrante do caos.
Confesso: praticamente toda vez que me queixei de tédio, estava apenas irritada com alguém ou com alguma coisa. Estava em expectativa, e frustrada. Expectativas podem ser uma coisa bem negativa. Você perde tempo, sente o “tédio” que, na verdade, é uma frustração por estar ali esperando por algo que tem pouca importância.
Aquele tédio real, o marasmo, os dias sempre iguais, isso é uma coisa que eu não conheço. Ainda que eu viva aqui, na capital fria e úmida, bucólica e sem sal, chamada Curitiba. Um fim de mundo verde e tedioso, que mente descaradamente com sua maquiagem de capital brasileira ‘do primeiro mundo’.
Ainda que eu sinta cheiro de chocolate vindo da cozinha todos os dias, e tenha um gato que vira os olhos psicodelicamente quando ouve “You Keep on Movin’”, na voz de David Coverdale, em seus tempos de Deep Purple.
Ainda que meu telefone toque até hoje, com pessoas pedindo favores absurdos, dinheiro emprestado, pouso, carona, como se eu fosse rica, desocupada, médica, advogada, motorista ou mesmo um catálogo de serviços ambulante. Ainda que minhas primas e tias fiquem meses sem falar comigo porque eu não apresentei uma desculpa decente para faltar à mais recente festa de família.
Ainda que eu tenha trocado meus remédios tarja-preta por noites em claro interessantes e um pouco de depressão cíclica, só pra dar um tempero. Ainda que eu seja tão cautelosa onde poderia arriscar mais e tão inconseqüente com aquilo que deveria preservar com cuidado.
Ainda sim, minha vida não é um tédio. Tem seus dias nublados, e como tem. Mas é o caos. Não há como negar.
Escreva pra mim!
quinta-feira, fevereiro 22
Depois da Tempestade
Estive fora por uns dias. Não contei a vocês antes porque fui de repente. Sem planejar. Quase sempre minhas viagens são assim, sem grandes planos. Meditei e descansei, comi muito peixe, li um livro todo e assisti ao Big Brother Brasil só para constatar que, como sempre, as curitibanas são mesmo as mais ‘blasés’ (em ambos os sentidos).
Sim, me incluo. Deixem pra lá. Isso daria uma tese bem mala.
Quando voltei, Bonito me estranhou um pouco, mas depois voltou a ser carinhoso. Aliás, vocês precisavam ver meu gato com medo da minha bolsa de leopardo. Com medo mesmo. Pânico, eu diria.
Estava com saudades da minha música. Segui um conselho da mamma, e voltei para o ático. É um lugar especial da minha casa, onde eu costumava tocar, cantar, compor... Não lembro exatamente porquê saí de lá e resolvi me apertar nessa sala. Acho que foi porque o isolamento acústico daqui é melhor. Mas, na real, não me importo muito se os vizinhos vão me ouvir tocar e cantar. Eles fazem tanto barulho...
Enfim, estou de volta ao meu ático. Tocando de frente para uma vista linda. Levei todo o equipamento para lá ontem. E meu trabalho já foi muito mais produtivo. Estar longe do computador nessas horas diminui a ansiedade.
That’s all, dudes.
Em breve, novidades.
Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com
quarta-feira, fevereiro 14
Amigdalite Aguda
segunda-feira, fevereiro 12
Guilherme Arantes e ColdPlay
[Ainda sem computador, postando da Lan House.
Lugar engraçado este. Cheio de garotos jogando jogos virtuais. Cada um na sua máquina, mas jogando o mesmo jogo, nos mesmos “times de futebol”. Sentados, mexendo apenas as mãos e os olhos. Imagino a explicação de esta nova geração estar tão acima do peso e tão cada vez menos sociável.]
Mas a razão de eu estar falando sobre isto é porque o que o Guilherme Arantes disse à Revista Bizz tem muito a ver com a minha música.
Vejam só:
Está faltando no Brasil uma música assim, que busque a harmonia. Aqui tudo é mais alegre, mas nem tudo é só alegria na vida. Existem momentos de reflexão, de angústia. (...)”
Acho que vou mandar um CD meu pro Guilherme Arantes. Ele vai ver que existe alguém tentando remar contra a corrente, sozinha, num mar imenso de Ivetes sem galho.
Agora preciso ir. Ou melhor, voltar. Ao trabalho. À música.
Beijos again!
Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com
sexta-feira, fevereiro 9
Da Lan House
Devo desculpas aos leitores deste singelo OG por abandoná-los nos últimos dias. Meu computador está com problemas e fica difícil escrever em um computador que não seja o meu. Preciso de inspiração e concentração, e não é muito fácil com pessoas estranhas em volta, ou em um ambiente que não seja esta minha salinha de estudos. Daqui a alguns dias o problema estará resolvido, e prometo voltar a postar aqui todos os dias. Hoje, sucumbi e resolvi escrever de um computador estranho mesmo, para que vocês não pensem que não me importo com aqueles que vêm aqui todos os dias ver se escrevi mais alguma das minhas bobagens, ou até, quem sabe, alguma coisa interessante. ^^
Ontem fiz algo de produtivo com a minha insônia: trabalhei servindo drinks, lavando louça, recolhendo garrafas e varrendo o chão em um lugar novo, chamado Soho Underground. Encontrei amigos por lá, curtindo uma balada, e conheci gente muito bacana trabalhando ali durante a noite. Gostei de todas as pessoas, sem exceção. Cheguei às dezenove horas e votei pra casa um pouco depois das cinco da manhã.
Meu amigo Júnior, o “DJ Curinga”, que estava lá com sua namorada, a minha amiga linda e também DJ, Chris B., me perguntou: “Como é estar trabalhando na balada ao invés de ser a freqüentadora?”
Respondi que é mais legal.
E é mesmo. ^^
Não sou baladeira, sou uma pessoa muito “concha”, e, trabalhando ali, eu circulava o tempo todo, falava com todo mundo, e nunca ficava parada.
Normalmente, eu ficaria a noite toda em um canto, conversando com uma única pessoa, ou até mesmo com nenhuma, olhando apenas para um palco ou para um DJ, bebendo uma única dose de algum drink açucarado até a hora e começar a bocejar e decidir ir embora antes que uma fila começasse a se formar no caixa.
Eu achava que balada era uma coisa muito sem graça. Beber e ser mala, passar mal e acordar de ressaca... ou então, ver outras pessoas bebendo e ser igualmente mala, ficando de fora da diversão e cansado no dia seguinte do mesmo jeito. Ontem a balada foi perfeita: não bebi, fui das primeiras a chegar e das últimas a sair, não bocejei, não achei que estava ali perdendo tempo e que podia estar em outro lugar, inclusive em casa, com minha TV, meu MSN, meu piano e meu gato.
Da próxima vez eu conto mais. Vou trabalhar lá outra vez no fim de semana. E vou tocando minhas músicas em casa, preparando os novos shows, que serão ainda melhores do que os do ano passado. Promessa!
Beijos a todos!
Lucca Kosta
Escreva pra mim!
sábado, fevereiro 3
Vídeo, fotos e shows
Atendendo a pedidos... Aqui está a estrevista que dei para o programa "Enfoque", em um vídeo com qualidade. Já coloquei nos links aí ao lado também.
Está um pouco editado, porque o YouTube só aceita vídeos com até 10 minutos. Por isso, cortei os "han", "hun", e as pausas, um pouco das duas músicas, e também cortei o início, onde a Mariana Gotardo resumia minha biografia. Afinal, são informações que vocês acham no meu site, e não tem razão de deixar ali, ocupando tempo. Tudo o que ela perguntou e tudo o que eu respondi está aí.
Outra coisa...
Estou colocando umas fotos novas nas galerias do meu website. Estou colocando aos poucos porque dá um trabalho... ^^ Mas são fotos bem legais.
Por enquanto é isso, mas aguardem, pois logo terei novidades.
E os showzinhos já estão sendo agendados. Por enquanto, ainda, apenas em Curitiba. Mas não desisti de marcar shows em outras cidades, porque muita gente que me dá a maior força (inclusive lendo este humilde OG) mora em outras cidades. Quero muito ver essas pessoas, conhecê-las e cantar/tocar para vocês.
Beijos e bom domingo, folks.
Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com
sexta-feira, fevereiro 2
Desfrutando o Silêncio
"Enjoy the Silence" é uma canção bem conhecida do Depeche Mode que já foi gravada por muita gente. Para mim, ela tem um significado particular. Vejam a letra traduzida:
"Palavras são como violência, elas quebram o silêncio, chegam arrebentando tudo no meu mundinho. Dolorosas pra mim, rasgam através de mim. Você não entende, minha garotinha, que tudo que eu já quis, tudo o que já precisei está aqui em meus braços? Palavras são muito desnecessárias, elas só podem machucar.
Juramentos são falados para serem quebrados. Sentimentos são intensos, palavras são triviais. Prazeres ficam, assim como a dor. Palavras não significam nada e são esquecíveis."
~
Houve um tempo em que eu pensava em tanta coisa, que não conseguia ouvir meu próprio subconsciente. Era como se mil vozes falando alto e ao mesmo tempo soassem em mim, dentro da minha cabeça, o tempo todo. Os pensamentos causavam tanto alvoroço, que eu não sabia mais quem eu era e o que queria. Cheguei a escrever em um papel "O QUE EU QUERO?", e olhava para a frase todos os dias, tentando não pensar, mas buscar um silêncio, um momento de simples meditação, para que a minha própria voz interior pudesse ser ouvida por mim.
Quando finalmente consegui acalmar meus pensamentos e encontrar um silêncio, meus desejos mais profundos começaram a se manifestar, e eu comecei a descobrir quem era, e o que vim fazer aqui. Ainda estou descobrindo essas coisas, e, muitas vezes, preciso acalmar novamente meus pensamentos barulhentos e voltar ao silêncio para saber quem sou e o que quero. Mas quem não sofre de alguma ansiedade no século XXI que atire a primeira pedra.
Enquanto isso, desfruto o silêncio.
;-)
Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com