segunda-feira, janeiro 30

O Desapego Essencial

Se você depende constantemente da opinião dos outros para ser feliz, está perdendo tempo. Se você remói o passado, e nutre sentimentos negativos contra pessoas que te fizeram mal, você desperdiça energia, uma energia que pode ser preciosa para ser canalizada para construir algo. Quando alguma coisa não dá certo, você deve pesar a importância que ela tem, a real necessidade de continuar investindo esforços naquilo. Se for algo importante para você, persista - persistir é fundamental. Mas tenha certeza de que não está apenas realizando o sonho de outra pessoa e deixando a sua própria vida em segundo plano. Se você perceber que não está feliz, que está trabalhando em algo que não acredita, desprenda-se. Cabe a você tomar uma atitude.
Não se apegue a metas dos outros, não viva sonhos dos outros, tenha seus próprios objetivos nos quais trabalhar. Não dependa da aprovação dos outros, não deixe que subestimem você.
Se você está entre “amigos” que duvidam da sua capacidade, você não precisa deles, e insistir em provar seu valor apenas para contentá-los é perda de tempo. Foque em você.
Não perca tempo. A vida é sua, e você só tem certeza de passar por ela uma única vez.



“I don’t question our existence, I just question our modern needs...”
Pearl Jam




sexta-feira, janeiro 27

Desabafo...


Já é madrugada outra vez... Sabia que não devia vir aqui a esta hora, porque fica mais difícil dormir depois, mas fiquei [como sempre] passeando pela Internet, lendo blOGs, vendo foto-OGs, essas cousas que não dá tempo de fazer quando tem mais gente acordada na terra.
A Internet é muito interessante... Quanta informação aqui, organizada (ou desorganizada) por datas, palavras-chave, idiomas, nomes...
Conheço cada vez mais gente no mundo real que me foi apresentada pelo mundo virtual. Comum, não? Até casamentos de fazem e desfazem e isto não é mais novidade. Tempos atrás, quando ouvia falar de crises de ciúme e de namoros se rompendo por causa de traições virtuais (ou o que quer que seja a troca de intimidades sem contato físico) achava ótimo não ter sido uma adolescente na era da Internet, não ter tido um primeiro amor sem muito mistério, sem muita fantasia, com um perfil no Orkut me fazendo concluir muito sobre o que alguém pensa de si mesmo, e sobre como seus amigos o vêem. Pensei que essas cousas nunca me pegariam. Ciúme virtual? Namoro on line? Adoção de animais (hm... interessante, mas não para mim - no pets, please)? Nada disso.
Então, de repente, às duas da manhã, com a real intenção de dar um shut down aqui e ir dormir (ou tentar), o destino me prega uma peça. {*sussurro: A Internet é a nova arma do destino.} Não vou dar muitos detalhes, até porque estou cansada, além disso, os detalhes são apenas detalhes. Não foi nada de romântico. Foi familiar. De repente, abrindo sites, lendo cousas, vendo fotos, me dou conta de que conheço algumas pessoas melhor do que se tivesse passado anos ao lado delas, mas nunca as visitei pessoalmente. Isto seria fascinante se o oposto não tivesse me deixado neste estado de perplexidade, por um simples fato: não conheço meus irmãos. Não os conheço, de fato. Se tenho algumas lembranças de Angel pela nossa proximidade emocional da época de sua infância e minha adolescência tumultuada - porque Angel me admirava e me amava, e meu amor era e é recíproco - é porque meu forte são as lembranças. Treinei muito minha memória depois que quase fiquei biruta – ou fiquei, sei lá – e apaguei experiências importantes. Resgatei cada uma, e tratei de desenvolver uma memória de elefante.
...
***
...

Sempre tive por meus irmãos, e por cada pessoa da minha família, um amor enorme e incondicional. Se eu pudesse mudar a sensação que tenho agora, de que não sei quem são, de que estranhos os descrevem como pessoas que não correspondem ao que vejo neles, de ter sido roubada apesar do intenso cuidado e da vigília permanente... Quando você descobre que seus pais não são perfeitos você se torna um adulto. Mas quando você descobre que não conhece seus irmãos, você sente a maior solidão do mundo.

segunda-feira, janeiro 23

My Gothic Portuguese (or something)...


As bandas nas quais cantei antes de gravar meu CD eram bandas cover. Sempre bandas de Rock, às vezes pesado, às vezes clássico (acaba enchendo mas é bom para quem está começando), até passei por uma banda de soul (é ótimo para treinar técnica vocal e aprofundar os conhecimentos sobre história da música popular... se bem que... er... acaba enchendo também).
Em duas bandas o pessoal que tocava comigo queria compor, mas, como vejo e revejo ao longo do caminho, esbarram nas limitações da falta de estudo, da falta de criatividade (de tanto copiar, copiar, copiar) e até, o mais triste, a falta de vocabulário.
[Ler é importante. Quem não lê não escreve nada que se aproveite.]

Então comecei a trabalhar nas músicas que eu mesmo escrevia, aqui e ali, esperando pelo dia em que ia encontrar bons músicos que gostassem do que eu escrevia.
Meu estilo melancólico não combinava com nada que eu pudesse ter como referência de algum artista brasileiro. Não havia nada em Português que apontasse para temas melancólicos, a não ser algumas coisas do Madredeus, meio World Music, com fortes raízes no fado.

Naturalmente, eu escrevia em inglês. Até que um dia, não vi mais sentido naquilo. Pensei comigo: “Sempre que encontro uma dificuldade, procuro uma solução. Não posso, desta forma, me resignar com a idéia de que minha música só pode ser feita em inglês.” Como outros artistas que conheço, especialmente os que fazem música gótica, seja gothic metal, seja melódica, neo-gótica (soa como um new age com mensagens obscuras), percebi que, para escrever em Português precisaria cavar muito, e derrubar algumas muralhas.

Nosso idioma é rico justamente por sua melodia, presente em cada palavra, entonação, acentuações, regionalismos. Difícil dissociar a melodia própria de uma palavra, que traz em si uma atmosfera particular, para inseri-la no contexto de uma frase cuja intenção é gerar uma outra atmosfera. Escrever em Português sem soar MPB, "rock-cabeça" ou música brega não é fácil. É trabalhoso, difícil. Mas pode ser feito. Eu fiz. Ainda procuro mais artistas que estejam fazendo o mesmo, certamente eles existem.


Gravei cinco das minhas músicas para o primeiro CD, achei desperdício gravar mais do que isso. As outras ficam para o futuro. Sinto uma enorme satisfação quando alguém me escreve dizendo que não imaginava ouvir algo assim cantado em Português, o próprio dono do estúdio onde gravei um dia veio conversar comigo, durante a masterização, para perguntar o que eu ouvia, quais eram minhas influências, e disse: “Você está inovando, sabia?” [That's cool!]


Fico contente. Eu sou o meu público. Sou alguém que sempre gostou de músicas tristes, melancólicas, que sempre gostou de melodias bem trabalhadas, ainda que simples, de harmonias suaves, de intensidade emocional. Tentei fazer tudo isso, o melhor que pudesse, sozinha (sem banda, sem mesmo um produtor experiente), em Português. Tive medo que as pessoas odiassem! Fico aliviada de estarem gostando. E fico orgulhosa, sim. Finalmente, o conforto de cantar e ser entendida em casa, no Brasil, por todos.
That’s it ;)



“I will unlock my door and pass the cemetary gates”…




Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com

sexta-feira, janeiro 20

Sensibilidade...

É importante conhecer música para apreciá-la. É fundamental estudar música para ser músico. Sempre insisto nisso e por causa disso recebo alguns elogios e muitas críticas. Concordo que existam músicos de sucesso que nunca se dedicaram a estudar música além do nível básico. Mas não acredito que um bom trabalho possa perdurar no tempo sem evoluir, não importa de qual ponto tenha partido.

Estudar música não é apenas ouví-la, não é apenas reproduzí-la, tampouco meramente anotá-la ou interpretá-la. É tudo isso e muito mais. É descobrir suas origens, raízes culturais, é entender sua expressão literal e seu real valor artístico. É desenvolver um senso estético e sensibilidade.

Fazer música não é apenas elaborar padrões sonoros interessantes de se ouvir e sobre eles escrever palavras aleatórias sobre temas rasos ou até mesmo profundos e cansativos.
Fazer música é um trabalho artístico, essa deveria ser a regra. Admito, infelizmente, que muitas vezes não se trata de trabalho artístico, mas meramente comercial. No entanto, se o trabalho artístico tiver qualidade, seu valor comercial será uma conseqüência.

Quando se faz música com amor e dedicação, transforma-se um sentimento em uma atmosfera, um pensamento em uma sensação. Não é preciso ser virtuoso para ser um bom músico. É preciso, no entanto, ser sensível e inteligente. E, por estranho que pareça,vejo muitos músicos inteligentes, mas com pouquíssima sensibilidade...
Os "inteligentes" acabam me cansando. Os sensíveis me tocam na alma.





“Better to save the mystery than surround it to the secret”…
Dream Theater



Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com

quinta-feira, janeiro 19

Vacation


Férias...

Até eu precisava. Foi bom, não foi planejado, houve interrupções, evitei o trabalho (ou não seriam férias =S), houve também um susto familiar e mudanças de planos, mas, no total, o saldo foi positivo, com algum descanso, algum sono de qualidade, um lugar muito bonito (que compensou as horas de vôo e os trajetos longos de carro sem mapa haha) e energias renovadas para tudo o que 2006 já está trazendo.

Pensei em mil coisas sem importância para escrever aqui. Mas acho melhor não. Vou deixar para quando tiver novidades que vocês queiram saber =P

Por enquanto, que estou feliz em ter recebido um agrado em mais um blog (descobri por acaso, no Google). É um blog fofo, cheio de anjos, aqui:

Blog da Brendah

Vocês já estão cansados de saber, mas não custa reforçar que o clip está na web, no link abaixo:

YouTube

Teremos mais um clip na MTV em 2006. Aguardem!!

Beijão, queridos!




“How quick the sun can drop away?”




Escreva pra mim!

luccakosta@luccakosta.com

terça-feira, janeiro 3

Síndrome do Underground - parte 2

Agora que já faz tempo que o clip estreou na MTV, resolvi colar um scrap que recebi antes da estréia, de uma pessoa que achou ruim [=o] saber da existência do meu clip e sua divulgação pela MTV [=S=S=S=S=S]



Eu esperava mais tomates, sabem como é, insegurança de artista, achar que todo mundo vai te zoar, mas, felizmente [=D] as pessoas gostaram!!




Bem, a pessoa que me mandou esta mensagem estava na minha lista de amigos e até na comunidade Lucca Kosta!!!! Depois saiu, claaaaaaro!

Mesmo assim, o que a pessoa escreveu foi bem contrária ao clip, apesar de ele não ter visto, e, até hoje não entendi muito bem se ele odeia a MTV ou se me odeia por causa da MTV, enfim, aceito sugestões de interpretação (kkkkk).

Vou omitir o nome, ok?

Aqui vai o scrap!

***
“Lucca Kosta
Meu problema em si é a MTV
a MTV, é uma ditadora do modismo...querendo ou não, o que toca no ouvido da galera mainstream, é o que toca nas paradas do ridiculo "DISK" por exemplo
A Modinha "Goth" foi um tanto quanto fatal...pra toda a cena e isso irritou os mais xiitas, por que simplesmente tudo perdeu o foco...
O que acontece do seu clip estreiar, é o seguinte...

1) Pode jogar o nome na lama..
2) Modinha volta
3) Ganhamos algum reconhecimento...

E Sempre existe aquele preconceito anti-nacional, o que eu lamento, e o que pode vir a acontecer...
Mas enfim...desejo-lhe toda sorte lucca...Não caia no modismo...Não faça errado, e seja você mesma”


***

O que foi este final? Sincero ou politicamente correto? Porque ainda esses dias vi um post dele concordando com um mané de uma comunidade gótica que disse “Quer um anjo, então morra”!
Uai, isso quer dizer que ele OUVIU (siiim!) minha música - [“Quero um Anjo”, uma das favoritas das pessoas que ouvem meu trabalho] e me mandou morrer?

Acho que ele sacou bem o espírito da minha arte, huahuahua!! E esse do scrap aí de cima disse “faço minhas suas palavras” (vejam, foi semana passada, dois meses depois do scrap que me mandou)...
Hmmmm. Já vi disso, e isso tem nome, hehehehehe!!

No fundo achei bom que foi só um scrap-tomate entre centenas de scrap-apoio...
Melhor para lidar com a insegurança e necessidade de aprovação!
[No fundo, não tenho taaaanta necessidade de aprovação assim, se tivesse, talvez fizesse música de outro jeito.]

É isso aí, eu no underground e dez por cento do meu povo sofrendo da Síndrome do Underground!!! Caverna pra quem quer morar na caverna!
Beijos a todos! Tooooodos mesmo!!






“Am I too lost to be saved?“



~~

Escreva pra mim!
luccakosta@luccakosta.com