Mellon Collie, um trocadilho para «melancolia».... Trocadilho porque soa como um nome próprio. Mellon, o nome, Collie o sobrenome.
O CD dos
Smashing Pumpkins que leva esse titulo mudou completamente a visão que eu tinha sobre eles. Eu nem podia ver aquele Billy Corgan com os olhos cobertos por uma franja esquisita, parecendo o recruta Zero, que já achava um horror...Mas depois que ouvi "Tonight, Tonight", fiquei intrigada. A música era muito boa (e Billy estava careca=P).
Comprei o CD, que é uma viagem completa. Desde o encarte, até cada um dos dois discos, faixa por faixa.Começa com um piano bucólico e lindo, a faixa-título, abrindo o primeiro disco, o "Dawn to Dusk" ("Da Alvorada ao Crepúsculo" ou, mais singelamente, "Do Amanhecer ao Anoitecer").
Depois vem "Tonight, Tonight", que diz que a vida pode mudar, e não estou presa em vão. Alguns rocks depois, uma das mais pesadas em som e letra, "Bullet with Butterfly Wings", que, diga-se de passagem tem um videoclipe fantástico (como cada um dos que saiu desse trabalho dos Smashing Pumpkins).
Essa música tem uma das melhores frases que já ouvi. "Apesar de toda a minha raiva, ainda sou apenas um rato na gaiola".
Uma baladinha, um rock, uma faixa psicodélica, e mais baladas até o fim do primeiro disco, pra você anoitecer com Billy Corgan depois dessas primeiras 14 faixas.
É bem melhor se você presta atenção às letras, mas a música em si é boa demais...
O segundo disco se chama "Twilight to Starlight", ou "Do Crepúsculo à Luz das Estrelas". Começa com um rock básico (básico, mas na linha Billy Corgan, com aquelas distorções todas), pra depois mostrar a melhor das faixas pesadas do disco: "Bodies", um outro trocadilho (mas esse não vou explicar, precisaria escrever muito, e o trocadilho é simples. Ouçam a música, ok?). É também a melhor letra, a melhor melodia, e um arranjo lindo e ao mesmo tempo pesado.
~OBS: Escolhi "Bodies" para tocar no show, com piano, e foi das que as pessoas mais gostaram.
"As tragédias residem em você... As visões secretas se escondem em você... As noites solitárias dividem você em dois"...
"Amor é suicídio"...
Depois, "Thirty-Three", que eu queria muito saber por que razão tem esse título. É praticamente uma canção de ninar...
"Lá no fundo, em pensamento, eu perdôo todo mundo".
"In the Arms of Sleep", outra canção de ninar, "1979", que eu chamaria de canção de ninar para adolescentes, já que conta uma historinha bem interessante (a letra vai na intenção - mas sem o tom de tragédia - de "The Kids Aren't Alright", do OffSpring, com uma música bem suave).
Mais uma faixa pesada, e depois "Thru The Eyes of Ruby", que começa com um toque de Kate Bush-Dream Theater-Triumvirat, para, na verdade, ser mais uma balada com letra dark.
Mais uma balada, mais um rock psicodélico, uma música sobre ser morcego ou vampiro ("We Only Come Out at Night") que poderia ser dos Beatles, uma declaração de amor esquisita, outra balada (essas duas hipnotizam pela percussão), e, quase finalmente, "By Starlight", onde Billy Corgan promete me beijar. ~~
Então, ele se despede e diz boa noite na última faixa de sua obra-prima: "Farewell and Goodnight"
Sua coleção de CDs (aqueles que você compra na loja, abre a caixinha, lê o encarte), merece Mellon Collie and the Infinite Sadness.
«All my blisters now revealed in the darkness of my dreams!»
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