quarta-feira, janeiro 3

A Encruzilhada

Eu queria superar algumas coisas. Mas acho que, na vida, a gente não supera nada. É como naquele filme, “Amnésia”, em que o personagem vai se tatuando com tudo o que precisa lembrar, porque ele sabe que, se não deixar marcado na própria pele, vai esquecer a qualquer momento de alguma coisa muito importante. Acho que, no fundo, somos assim. Vamos nos ‘tatuando’ com as coisas, e não as deixamos para trás.

Pensei nisso agora, relendo as ‘confissões’ que já publiquei aqui, e constatando que, mesmo quando já não me incomodam nem fazem parte das minhas preocupações cotidianas, elas estão ali, tatuadas na minha alma de alguma forma. Lutar contra isso certamente seria um desperdício de energia. Talvez o melhor seja manter o foco no presente, e esperar pelo futuro. Deixar o passado no passado e pronto.

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Vocês já devem ter percebido o momento ‘encruzilhada’ que estou vivendo. Encruzilhada.
Clay, meu irmão texano, foi quem usou essa palavra conversando comigo ontem. ‘Crossroads’. Há três anos era ele quem estava em uma encruzilhada. Eu o via fazendo coisas das quais certamente iria se arrepender, e o aconselhava dizendo coisas que me pareciam óbvias, enquanto ele insistia em fazer burrices.
Ontem ele me disse que, apesar de saber o quanto foi estúpido, foram aqueles erros que ele cometeu que fizeram dele a pessoa que é hoje. Então ele me disse que eu cheguei a uma encruzilhada, e que preciso decidir que caminho tomar, pois isso é o que vai definir a minha vida daqui pra frente. Eu disse a ele que não sei o que fazer, que parece que cheguei na minha encruzilhada bem no meio de um dia nublado, e não consigo enxergar meu caminho. Tenho medo de tomar a decisão errada, e sei que, enquanto tiver medo, não decidirei nada, e ficarei parada na encruzilhada, até finalmente tomar algum caminho. Mas meu querido Clay não me disse que eu devo me decidir logo. Disse que já sentiu isso e que sabe que não posso simplesmente decidir o que fazer agora.

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Desculpem as coisas sem nexo que escrevo aqui às vezes. Não conheço pessoalmente todo mundo que lê meu blog. Os amigos mais próximos sabem do que estou falando. E não posso dar detalhes aqui, porque só o que já escrevi é uma grande exposição da minha intimidade. Vejam, um blog como o meu expõe mesmo a intimidade de quem escreve. Mas não quero expor o desnecessário. Só quero que vocês saibam que, apesar do meu momento confuso, e das coisas estranhas que escrevo aqui, estou sendo honesta. O que quer que vocês leiam aqui, é a pura expressão do que eu sinto.

That’s all, folks.




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