terça-feira, junho 12

Quatro Amigos Numa Mesa de Bar (parte 2)

Já falei sobre esse filme que fiz, em um post do ano passado. Vou falar de novo por alguns pequenos motivos. Um deles é que essa provavelmente terá sido minha única experiência relevante em cinema. Quem sabe em outra vida eu buscasse mais esse tipo de coisa. Mas meu negócio é música. E ficar parada em um set pensando que poderia estar em casa tocando piano e cantando me frustra.
Outro motivo é que no post anterior eu havia prometido mostrar o jornal com a minha carinha bem grande na capa (pequenas vaidades), e, antes tarde do que nunca, aqui está o cumprimento da promessa:




Mais um motivo é que estou "sem assunto" hoje. Está tudo caótico, como vocês devem ter notado. Preciso me encontrar em meio ao caos para poder falar a respeito. São coisas pessoais e profissionais também.

Então, voltando ao filme...
Era a história de Teresa, minha personagem. Eu havia acabado de romper com meu namorado de faculdade (eu não, Teresa sim), e ia para o bar desabafar e ouvir conselhos de três amigos. O filme todo era uma conversa de bar, uma "discussão de relação" cujo ponto alto era a conclusão de que "amar não pode significar sofrer. Quem sofre, portanto, não pode estar amando". Inocente, singelo, e... infantil. =S
Mas essa era a mensagem. O roteiro não era nada pretensioso. Era baseado em uma conversa do roteirista/diretor na vida real. E minha personagem também era baseada em uma personagem real. Ele me dirigia, dizendo "você precisa ser mais chatinha, falar em tom de queixa, de dor de cotovelo". Assim eu fazia.
Hoje, quando assisto ao filme (raramente), lembro da direção quando ouço um tom de voz agudo e quase irritante que adotei para a personagem. O mais estranho é me ver dizendo um palavrão durante o filme (na vida real eu nunca digo).




Valeu a experiência. O filme ficou uma gracinha.
Mas confesso que, como atriz, prefiro o teatro. É muito mais apaixonante. Há uma vibração, o contato com a platéia, a emoção do momento.

[N da Ogger.: "Atriz" é só uma segunda atividade pra mim. Sou cantora e pianista.]

O teatro surgiu na minha vida muito tempo depois da música, como um hobby. O hobby foi ganhando espaço, foram surgindo trabalhos e a profissionalização. Com a profissionalização, veio a reflexão. Assim como a dança, o teatro me dava um prazer diferente do que eu via nos outros artistas com quem trabalhava. A cada trabalho, percebia que não me sentia tão realizada quanto eles...

Foi então que descobri que enquanto não me dedicasse ao que realmente sempre amei e almejei, que era a música, meu vazio existencial não se preencheria. Fui deixando de pegar trabalhos inúteis, como comédias idiotas e comerciais de TV para escolher fazer apenas coisas legais que estivessem ao meu alcance. Coloquei a música em primeiro lugar, mas, pelo menos uma vez por ano (recentemente a cada dois anos) participo de algum trabalho como atriz. Trabalhos que me desafiem, como os de César Almeida, como dança-teatro que fiz em São Paulo, enfim, tudo o que possa servir como aprendizado e prazer.

Porque sem prazer, meus amigos, a vida é um calvário.



That's all (about that), folks.

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