sábado, junho 16

Borges e o Medo...

[a Jorge Luiz Borges] - por Lucca Kosta

Eu, senhor Borges, tentaria cometer menos erros. Ao contrário do senhor, só sei errar, nada do que faço parece certo. 'Tentar errar' me parece uma grande aventura. Como 'tentar escorregar'. Como 'tentar cair' para ter o prazer de se levantar. Para ter a sensação de que se ferir não dói tanto assim. Invejo o senhor, e amo muito seu poema por saber que os outros me julgam uma pessoa "certinha".

Sim, sim, tentaria viver apenas bons momentos. Nem sempre se pode evitar maus momentos, mas quase sempre existe uma maneira de sentir um grande prazer mesmo em momentos em que a vida é difícil.

E, de fato, levar um guarda-chuva e outros apetrechos 'protetores' é apenas perda de tempo e espaço. Além disso, se você precisar correr, pode acabar deixando pistas pelo caminho.


Mas ainda falta mais de meio século para eu ter 85 anos...
Provavelmente ainda vou cometer muitos erros mais.



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"[de como sentir medo] - por Leandro Müller

Medo se sente na alma. Um pânico intenso acompanhado de uma angústia alucinada. Medo não é receio, temor. Medo é a alma em frangalhos gritando desesperada em fuga de si. O medo, sempre que possível, deve ser transformado em horror e assombrar sua própria causa. É preciso que sua natureza espante e afugente sua própria origem. O medo necessita de uma força descomunal para realmente valer a pena. Sendo assim, inverteremos então a direção de tal força e utiliza-la-emos em nosso favor contra o motivo de nosso pavor."


(in: Tratado Hermético Sobre os Efeitos de Superfície)



[N. da Ogger: Espero que o Leandro não se incomode de eu 'recortá-lo' tanto... =S]

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