Isso é bem pessoal. Talvez eu até apague mais tarde. Mas agora são 01:29 da manhã do dia 25 de dezembro, eu passei o dia com o gato, e estou cheia.
Foi minha escolha ficar sozinha. Até porque minha paciência anda curta e não faço questão de ir ver uma família dividida e cujos valores não me dizem mais nada.
Véspera de Natal é luto pra mim. Perdi minha madrinha há alguns anos nesse dia. É difícil. Não estou fazendo drama. É difícil mesmo.
Esse ano foi um ano difícil. Já comentei a respeito. Foram muitos sacrifícios, muitas escolhas corajosas, muito pouco apoio. E hoje, particularmente hoje, me arrependi de cada sacrifício, de cada esforço, de cada dia de cansaço e trabalho sem hora pra terminar.
Porque não tenho o direito de sentir este luto, e não querer que esta data não possa simplesmente desaparecer da minha vida. Não tenho ninguém que me entenda. Absolutamente ninguém. A única pessoa que eu esperava que entendesse acabou de ser tão mesquinha comigo, e me dizer que, como eu não estava “falando direito” com ele, ele não queria nem mesmo saber como eu estou.
Fica ainda mais claro pra mim este luto. A razão de eu sentir tanto a falta dela. Com ela eu podia sentir qualquer coisa. Ela me amava e pronto. Mesmo quando eu não era perfeita, e quando eu passava por “dramas” e não sabia lidar com o que me acontecia. Ela sempre tinha alguma coisa pra me dizer. Até quando ela não dizia nada, eu sentia o amor dela, e isso me confortava tanto...
Hoje brinquei com o gato. Ele está ótimo, sarou de tudo, cresceu, está brincalhão e pede atenção a toda hora. Foi bom. Se alguém me contasse isso, eu provavelmente iria achar bobagem. Mas o gato me trouxe tanto afeto hoje. Me fez rir, me distraiu, e não queria ficar longe de mim. Como é bom isso. Afeto. Não sentia isso há tempos.
Feliz Natal.
Or whatever.
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