sexta-feira, janeiro 27

Desabafo...


Já é madrugada outra vez... Sabia que não devia vir aqui a esta hora, porque fica mais difícil dormir depois, mas fiquei [como sempre] passeando pela Internet, lendo blOGs, vendo foto-OGs, essas cousas que não dá tempo de fazer quando tem mais gente acordada na terra.
A Internet é muito interessante... Quanta informação aqui, organizada (ou desorganizada) por datas, palavras-chave, idiomas, nomes...
Conheço cada vez mais gente no mundo real que me foi apresentada pelo mundo virtual. Comum, não? Até casamentos de fazem e desfazem e isto não é mais novidade. Tempos atrás, quando ouvia falar de crises de ciúme e de namoros se rompendo por causa de traições virtuais (ou o que quer que seja a troca de intimidades sem contato físico) achava ótimo não ter sido uma adolescente na era da Internet, não ter tido um primeiro amor sem muito mistério, sem muita fantasia, com um perfil no Orkut me fazendo concluir muito sobre o que alguém pensa de si mesmo, e sobre como seus amigos o vêem. Pensei que essas cousas nunca me pegariam. Ciúme virtual? Namoro on line? Adoção de animais (hm... interessante, mas não para mim - no pets, please)? Nada disso.
Então, de repente, às duas da manhã, com a real intenção de dar um shut down aqui e ir dormir (ou tentar), o destino me prega uma peça. {*sussurro: A Internet é a nova arma do destino.} Não vou dar muitos detalhes, até porque estou cansada, além disso, os detalhes são apenas detalhes. Não foi nada de romântico. Foi familiar. De repente, abrindo sites, lendo cousas, vendo fotos, me dou conta de que conheço algumas pessoas melhor do que se tivesse passado anos ao lado delas, mas nunca as visitei pessoalmente. Isto seria fascinante se o oposto não tivesse me deixado neste estado de perplexidade, por um simples fato: não conheço meus irmãos. Não os conheço, de fato. Se tenho algumas lembranças de Angel pela nossa proximidade emocional da época de sua infância e minha adolescência tumultuada - porque Angel me admirava e me amava, e meu amor era e é recíproco - é porque meu forte são as lembranças. Treinei muito minha memória depois que quase fiquei biruta – ou fiquei, sei lá – e apaguei experiências importantes. Resgatei cada uma, e tratei de desenvolver uma memória de elefante.
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Sempre tive por meus irmãos, e por cada pessoa da minha família, um amor enorme e incondicional. Se eu pudesse mudar a sensação que tenho agora, de que não sei quem são, de que estranhos os descrevem como pessoas que não correspondem ao que vejo neles, de ter sido roubada apesar do intenso cuidado e da vigília permanente... Quando você descobre que seus pais não são perfeitos você se torna um adulto. Mas quando você descobre que não conhece seus irmãos, você sente a maior solidão do mundo.

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